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"Gosto de ti"

por ✓MS, em 20.08.15

Nunca senti problemas em dizer a alguém "eu gosto de ti". Tenho tanto de directa como de misteriosa e por vezes, quando não existe uma amizade minimamente sólida, prefiro que a pessoa veja por ela mesma a realidade. Já fui consumida pela vergonha de falar e ficar sem reacção quando do lado de lá respondem "eu também", também porque levo comigo o "não" sempre como garantido. Deixei assuntos por resolver no passado, amores e desamores, que hoje sei nunca valerem a pena mas gostava de ter corrido mais atrás. Mas se há coisa que não gosto é de correr atrás, feita cachorra abandonada, quando sei que vou bater de cabeça. Podia ter procurado mais, podia ter insistido, podia ter pedido mais 1001 desculpas em vão, podia dar mais 1001 justificações, podia ter-me feito à estrada e esperar que ele aparecesse. Mas não o fiz. Fui atrás enquanto me senti capaz, enquanto senti que podia de alguma forma refazer tudo do zero, enquanto ainda havia algo que me fazia sorrir e sentir borboletas na barriga, enquanto a raiva não se apoderava de mim, enquanto não existia mais ninguém no caminho. Ou talvez existisse, coisas de sexto sentido. Por mais que eu ame, não rastejo por ninguém, não corro sem ter o mínimo de esperança, sabendo que não me vou meter entre ninguém.
Passei meses a sonhar com o impossível, a acordar e a pesar na pessoa e voltava a dormir. Voltava a dormir porque não queria chegar ao ponto de odiar uma pessoa que me fez tanto bem (mal também, mas a falta de experiência assim o ditou). Não sou de me deixar ficar e, erradamente, magoava quando me sentia magoada, para que sentisse o que estava a fazer. Consigo ser um coração de gelo mas é muito fácil de o derreter, mas uma vez magoado a minha razão fala mais alto.
Deixei passar o tempo, guardando todas as recordações que tinha, com a expectativa que tudo fosse passar. No fundo sabia que não e os meus olhos assim o viram. Apesar de já o saber não deixou de ser uma facada.

Mudei tanto desde então que por vezes não me reconheço! A menina de há 5 anos morreu completamente. É mais fácil tocarem-me lá no fundo, mas conquistar não. A menina que queria tudo, agora não quer nada nem ninguém.

Dizem que solteiros somos infelizes. Desde já digo que sou tão ou mais feliz do que estando com alguém. Não sei o dia de amanhã, pelo que não direi "nunca" (quanto mais depressa digo, mais depressa acontece), mas enquanto dura eu quero ser feliz assim, sem problemas e justificações a dar e a pedir.

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