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Lembro-me de ter escrito esta publicação aqui no blog. Lembro-me de as lágrimas ainda caírem enquanto escrevia e nem fazia ideia que ia ser um "destaque do sapo" (até porque nunca escrevi aqui com o intuito de ser destacada, mas de partilhar parte da minha vida. A outra não, porque não sou obrigada!). Nessa altura chorava quando falava no assunto e somente sozinha. Já controlava a emoção a falar com as outras pessoas, apesar de evitar falar no assunto durante muito tempo. Este foi o tema que destapei com desconhecidos e que decidi usar para avaliar a reacção das pessoas.
Hoje falo abertamente sobre o tema, não deito uma única lágrima esteja sozinha ou com pessoas. Só nunca o testei com um certo tipo de pessoas (psicólogos), aí não prometo nada até porque sabem bem chegar onde querem. Hoje consigo responder a tudo, abordar o tema a "nu" de forma tranquila e sem complexos.
completamente Durante muito tempo foi tabu. Foi o medo de ser julgada, o medo de chorar, o medo de fraquejar, foi o medo no geral. Já passou, o assunto encerrou e sem dúvida alguma que não mexe comigo (no sentido de saber suportar e não sofrer no caso de voltar a acontecer).
O que as pessoas mais mostraram admiração, quando ouviram parte da história, foi o tempo que tudo durou, o tempo que eu aguentei sem "pedir ajuda" ou "fazer queixa" como me disseram. Uma pessoa, mais experiente no assunto, perguntou-me se eu percebi o que perdi todos aqueles anos. Obviamente que soube responder, e só aí terminou a conversa (provavelmente transmiti com a minha resposta o que ela queria saber), com uma palavra. Mas isso é tema para outro dia.
A minha VIDA voltou ao normal, felizmente.
Porque me lembrei disto agora? Em que estarei a pensar para falar sobre isto? Na verdade consigo pensar em dezenas de assuntos que me levam a dizer e afirmar que "O Amor Próprio é Fundamental".
Pois, e quais? Por exemplo, falando de algo que já fez parte de mim e quem me segue desde o começo já se deu conta (provavelmente), eu tive alguns anos da minha vida que não tive amor próprio. Claramente que sei o porquê, já abordei o assunto na publicação sobre Bullying , mas hoje não me apetece abordar novamente o assunto (só mesmo porque não quero ser repetitiva).
Como consequência do que referi anteriormente, a auto-estima foi ao ar e o amor próprio não conseguia ter lugar na minha vida. Com tudo isto aprendi, felizmente, que se não me amar o que pode acontecer é abrir as portas para quem nos quer calcar. E, acreditem, muita gente é feliz com o mal dos outros, com a infelicidade dos outros e a criticar os outros.
Sempre ouvi dizer que se não gostarmos de nós mesmos, ninguém vai gostar. Ironicamente pode ser verdade. Eu desde que aprendi a amar-me que me tornei numa pessoa menos amarga comigo mesma e um pouco menos com os outros (ainda tenho um longo caminho pela frente). Mas prometo que, se me oferecerem um chocolate eu sou a pessoa mais doce do mundo. ;D
Hoje em dia, e cada vez mais é assim, vivemos numa sociedade que cria rótulos para tudo e todos.
Ora vejamos:
- Se tem óculos é uma caixa de óculos. Ora, as pessoas são obrigadas a não usar o que gostam só porque algum iluminado não gosta de ver uma pessoa de óculos?
- Se é magro é porque tem a mania das dietas, porque é um palito (muitos usam nomes de desenhos animados), porque é magríssima/o. Ora, uma pessoa não pode ser mais magra que o "normal" (uma coisa é falarmos em relação a estarmos bem de saúde, outra é o "normal" que as pessoas gostam de definir), não pode comer pouco porque quer continuar magra... ora bolas!
- Se tem uma testa grande é porque tem uma testa grande e é muuuuuuito feio (isto dito provavelmente por alguma perfeição, claramente!).
- Se é gordo(a) (e neste caso posso falar por experiência própria porque ouvi muita coisa que muita gente certamente já ouviu) é uma baleia, feia(o), que podia beber lixívia porque queimava muita gordura (a anormalidade de algumas pessoas chega a ser preocupante). Entre tantas outras lembro-me de mais umas quantas tais como poço de banhas, horrível, coitada(o) não deve ter ninguém a gostar dela(e), deve ter um deficiência. Acho melhor não continuar, pois existem alguns piores que estes....
Assim sendo, devemos viver numa sociedade com muita gente perfeita. Porque toda a gente critica, gostam de criticar e sentem-se bem a fazer mal aos outros. Sim, porque ninguém se sente bem a ouvir certos comentários, mesmo que TENTE levar na desportiva.
Ninguém tem o direito de nos ofender, insultar, humilhar e rotular seja do que for. Todos temos telhados de vidro!
Acho que está mais que na hora de dizer adeus aos rótulos que são aplicados todos os dias a tanta gente.
Se para um adulto é difícil gerir a situação, para uma criança é pior, pois não o sabe fazer.
Chega de rótulos!
Bem, hoje decidi ir ver quais seriam as 3 publicações mais vistas aqui no blog. Então são as seguintes:
Escrever é a melhor forma de falar sem ser interrompida
Se fico feliz? Claro!! Pricipalmente pela publicação do Bullying ser uma das mais vistas do blog, pois está ligado com o tema inicial deste blog.
Já referi aqui no blog que sofri de bullying durante muitos anos. Anos esses que se me chamassem "gorda" ou "gordinha" eu ficava completamente desolada. Não por não saber que o era, mas porque me magoava os outros preocuparem-se com isso em vez de se preocuparem com eles. Já para não falar que a minha auto-estima estava abaixo de zero. Desde que me assumi como era e comecei a gostar de mim, a querer mudar, é indiferente para mim que digam que sou gorda. Sim, porque apesar dos "meus" 25kg perdidos, ainda estou gorda. Não fico feliz por o fazerem, mas já não choro por isso. Mas, gordinha? Esta palavra leva-me a pensar que quem a diz tem pena de mim, e eu não quero que ninguem tenha pena de mim. Quando não temos nada de produtivo para dizer aos outros, mais vale ficarmos caladinhos!
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